No Batuque, assim como em outras religiões afro-brasileiras, aquele filho que é Cavalo-de-Santo, será possuído somente por seu Orixá de cabeça pelo resto de sua vida, quando o filho está possuído, apresenta as características de seu Orixá, perdendo a consciência de seus atos, não sabe o que diz, nem o que o que faz, pois tudo passa a ser obra de seu Orixá. O Orixá novo (considerado pelo tempo em que se manifesta na terra, até mais ou menos 10 a 15 anos), não possui o direito de falar, só terá o mesmo quando por decisão do Pai-de-Santo ou solicitação do próprio Orixá, a passar por um ritual fechado, que lhe dará o direito da fala. Em hipótese alguma poderá ser comentada a possessão com o Cavalo-de-Santo, este é um dogma do Batuque, o filho jamais poderá saber que se "ocupa" (termo usado quando o Orixá se manifesta).
Quando o Orixá deseja subir, é feito um ritual rápido para que ele seja despachado, devendo o Orixá ficar em "axero". O "axero" e o meio termo entre o estado Orixá e o estado consciência humana, neste momento o Orixá começa a fazer com que o filho volte ao seu estado normal, sem comprometer sua consciência, neste período o Cavalo-de-Santo age sob manifestação ainda do Orixá, como criança, falando na linguagem "tatibitate", (neste momento todos os Orixás, inclusive os novos possuem o direito de falar), comendo doces, tomando refrigerantes, fazendo brincadeiras e dando pequenas consultas à fiéis. Não se pode esquecer jamais que nesta fase, ainda existe a presença do Orixá, que está apenas realizando um ritual para que possa subir sem deixar energias com seu filho, portando o respeito deverá ser o mesmo. Passado o período necessário o axero deita no ombro de algum filho próximo e entra em um sono profundo, ao relaxar o corpo do filho possuído, aquele filho que está fazendo o axero "dormir" deverá bater palmas ou simplesmente, estalar os dedos para que o Cavalo-de-Santo acorde como em um susto, todos disfarçando saem um para cada lado, deixando o Cavalo-de-Santo sozinho.